Raízes Mapas é um curta-metragem que evidencia a potência das matriarcas na minha família e as tranças como um ritual de continuidade e afeto, uma tecnologia atemporal.
Meu interesse em criar essa obra surgiu por causa da minha avó e da minha mãe, ambas mulheres negras que sempre estiveram envolvidas em trabalhos manuais. Minha avó foi lavadeira por muitos anos e minha mãe é uma artista autodidata que aprendeu a trançar cabelo sozinha e tornou isso sua profissão.
Iniciei fotografando os detalhes das minhas tranças e, depois, fotografando minha mãe trançando outras pessoas. A partir dessas produções, em 2020, comecei a pesquisar sobre as tranças raiz/nagô e a elaborar esse curta-metragem. Nas pesquisas que fiz, descobri que as tranças, em alguns países do continente africano, representam valores socioculturais entre as gerações e, em muitas de suas estruturas, têm o uso da matemática e fractais. Além disso, algumas mulheres africanas, durante o período escravagista no Brasil e em outros lugares das Américas, usavam as tranças raiz/nagô como uma tecnologia de sobrevivência. Criavam desenhos que serviam como rotas e mapas de fuga. Elas também usavam as tranças para armazenar sementes quando eram levadas para territórios desconhecidos ou para guardar o ouro que encontravam nas minas.
As tranças são muito mais do que estética; são verdadeiras encruzilhadas!



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